Muito Pouco



















Hoje eu disse quase nada.
disse qualquer coisa,qualquer besteira.
Eu rasguei meus versos,até o fundo da alma.
dizendo coisas,sem sentido.

Tentei sem sorte afastar meu pessimismo.
me percebi egoísta também.
um egoísmo de achar que eu viverei tantas certezas em tantos dias.

Se o que sei,me espera é a morte.
eu não disse quase nada,o ano inteiro.
escrevi poucos poemas.

fiquei mais a navegar,entre as nostalgias
que mantém vivas,essas palavras aqui.

Não disse quase nada,de verdade.
Minha alma em silêncio,ficou.
e nesse meu silêncio,não me encontrei em nenhum lugar.

Posso até falar talvez,escrever ou pensar.
mas não posso,fugir da realidade.

A que mais intriga minha alma.
que insistemente permaneceu em silêncio.
vivendo a se completar em nostalgias.

Eu não tenho dito,quase nada.
Vivo a observar o mundo,as pessoas, e os lugares.
a escrever os detalhes,de cada momento de tudo.

Eu vivo a saber o destino.
a me despedir calmamente,em silêncio.
a procurar o caminho desconhecido das estrelas,e dos anjos.
hoje eu não direi praticamente nada,somente cultuarei meu silêncio.




                                                                     KARL MAYBE

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